"Isso é coisa sua! Né?"
Deu Tempo tem como objetivo mostrar ações possíveis de serem feitas, antes de perdermos a oportunidade de realizar o que realmente faz diferença.
Breves histórias serão contadas com o intuito de respeitarmos as vontades e sentimentos que temos e que, ou por falta de coragem, preguiça, comodismo ou circunstâncias adversas, a vida acaba nos afastando e não permitindo de expressarmos algo que no futuro fará falta.
Como primeira história, gostaria de falar sobre 3 personagens: O Poeta, a Princesa e o seu companheiro inseparável, o Cigarrinha.
Nos anos 50, era bem difícil conquistar o coração de uma moça. Não existia aplicativo, celular, internet, rede social e nada era tão fácil assim. Relacionamentos antigamente aconteciam por contato pelo olhar, pouco ou quase nada físico, observação e admiração de ações, formas de como arrumar o cabelo, como se portar e alguns outros pontos atribuídos a época.
Nesse período, nosso Poeta se apaixonou pela Princesa Vermelha. Ela tinha esse apelido por ser ruivinha, branquinha e cheia de sardas. Toda vez que ela passava, o Poeta imaginava uma forma diferente e doce de elogiar o charme e beleza dessas características.
Na época, existiam alguns bailes em clubes e, ao descobrir que a Princesa Vermelha frequentava esses, o Poeta logo tratou de conseguir ficar próximo a ela e, após se conhecerem, não mediu esforços para presenteá-la com serenatas onde, embaixo de sua janela, a Princesa, com vergonha, tratava sempre de ignorar.
Tanto foi a insistência que um tempo depois iniciou-se um namoro. Sem contatos físicos. Encontros no sofá com os pais próximos e hora marcada para chegar, sair e voltar. Regras mínimas para tamanha vontade de nosso Poeta, que as seguia com o coração quase explodindo de tanta felicidade, enquanto a Princesa, apesar de se fazer de difícil, também tinha seu coração aquecido a cada música cantada por ele ou a cada verso de algum poema autoral que ele recitava para lhe agradar.
50 anos depois. Casamento, 4 filhos, 7 netos, época que passaram fome, enfrentaram a ditadura militar e todo o preconceito religioso com a religião Umbanda, eis que tiveram outra luta: o câncer do poeta.
Ele morreu em 2008 e ela agora era uma Princesa com um castelo e prole formadas, mas sem a poesia de seu rei.
Durante 18 anos, antes da morte dele, ambos haviam criado um Cigarrinha. Apelido carinhoso dado a um neto mais apegado, com pequena estatura, mas que não parava de cantar.
Após a morte do Poeta, o Cigarrinha foi morar com sua avó, onde passou a ouvir diversas histórias sobre como o Rei daquele castelo havia abdicado de tantos recursos, tempo e vontades próprias, para seguir o sonho de apoio espiritual de sua amada. Uma espécie de filantropia e caridade, fortificadas pela fé de corações que traziam amor.
Durante incansáveis madrugadas, jogos de baralho, bolos de fubá, cafés e conversas, o Neto ouviu de sua avó inúmeras músicas nas quais serviram de apoio para que o Poeta conquistasse o coração daquela mulher.
O Cigarrinha então anotou, guardou e quando teve a oportunidade, transformou informações em ação. Ele se uniu com outras pessoas e construiu um momento incrível de entrega de amor, atenção e recordações, para aquela que havia lhe criado e que, com a morte de seu amado, enfrentava um momento de fragilidade e tristeza.
Ela morreu em 2010. Vitima de um infarte rápido. Antes disso, deu tempo do Cigarrinha fazer ela relembrar de como era se sentir amada pelo Poeta e que além dele, ela também era amada pelo Cigarrinha e que não estava sozinha.
Deu tempo dele ver ela chorar, ela fechar os olhos e lembrar. Olhar para ele quieta com vontade de agradecer e depois quando estiveram sozinhos, deu tempo dele ouvir ela dizer; "Eu sei que isso é coisa é sua! Né?"
Homenagem de Aniversário
https://www.youtube.com/watch?v=lBMf3P3Y8Jk
Homenagem do Dia das mães
https://www.youtube.com/watch?v=WigAMhWSypk
Arquivo Pessoal
Breves histórias serão contadas com o intuito de respeitarmos as vontades e sentimentos que temos e que, ou por falta de coragem, preguiça, comodismo ou circunstâncias adversas, a vida acaba nos afastando e não permitindo de expressarmos algo que no futuro fará falta.
Como primeira história, gostaria de falar sobre 3 personagens: O Poeta, a Princesa e o seu companheiro inseparável, o Cigarrinha.
Deu tempo - Isso é coisa sua!
Nos anos 50, era bem difícil conquistar o coração de uma moça. Não existia aplicativo, celular, internet, rede social e nada era tão fácil assim. Relacionamentos antigamente aconteciam por contato pelo olhar, pouco ou quase nada físico, observação e admiração de ações, formas de como arrumar o cabelo, como se portar e alguns outros pontos atribuídos a época.
Nesse período, nosso Poeta se apaixonou pela Princesa Vermelha. Ela tinha esse apelido por ser ruivinha, branquinha e cheia de sardas. Toda vez que ela passava, o Poeta imaginava uma forma diferente e doce de elogiar o charme e beleza dessas características.
Na época, existiam alguns bailes em clubes e, ao descobrir que a Princesa Vermelha frequentava esses, o Poeta logo tratou de conseguir ficar próximo a ela e, após se conhecerem, não mediu esforços para presenteá-la com serenatas onde, embaixo de sua janela, a Princesa, com vergonha, tratava sempre de ignorar.
Tanto foi a insistência que um tempo depois iniciou-se um namoro. Sem contatos físicos. Encontros no sofá com os pais próximos e hora marcada para chegar, sair e voltar. Regras mínimas para tamanha vontade de nosso Poeta, que as seguia com o coração quase explodindo de tanta felicidade, enquanto a Princesa, apesar de se fazer de difícil, também tinha seu coração aquecido a cada música cantada por ele ou a cada verso de algum poema autoral que ele recitava para lhe agradar.
50 anos depois. Casamento, 4 filhos, 7 netos, época que passaram fome, enfrentaram a ditadura militar e todo o preconceito religioso com a religião Umbanda, eis que tiveram outra luta: o câncer do poeta.
Ele morreu em 2008 e ela agora era uma Princesa com um castelo e prole formadas, mas sem a poesia de seu rei.
Durante 18 anos, antes da morte dele, ambos haviam criado um Cigarrinha. Apelido carinhoso dado a um neto mais apegado, com pequena estatura, mas que não parava de cantar.
Após a morte do Poeta, o Cigarrinha foi morar com sua avó, onde passou a ouvir diversas histórias sobre como o Rei daquele castelo havia abdicado de tantos recursos, tempo e vontades próprias, para seguir o sonho de apoio espiritual de sua amada. Uma espécie de filantropia e caridade, fortificadas pela fé de corações que traziam amor.
Durante incansáveis madrugadas, jogos de baralho, bolos de fubá, cafés e conversas, o Neto ouviu de sua avó inúmeras músicas nas quais serviram de apoio para que o Poeta conquistasse o coração daquela mulher.
O Cigarrinha então anotou, guardou e quando teve a oportunidade, transformou informações em ação. Ele se uniu com outras pessoas e construiu um momento incrível de entrega de amor, atenção e recordações, para aquela que havia lhe criado e que, com a morte de seu amado, enfrentava um momento de fragilidade e tristeza.
Ela morreu em 2010. Vitima de um infarte rápido. Antes disso, deu tempo do Cigarrinha fazer ela relembrar de como era se sentir amada pelo Poeta e que além dele, ela também era amada pelo Cigarrinha e que não estava sozinha.
Deu tempo dele ver ela chorar, ela fechar os olhos e lembrar. Olhar para ele quieta com vontade de agradecer e depois quando estiveram sozinhos, deu tempo dele ouvir ela dizer; "Eu sei que isso é coisa é sua! Né?"Homenagem de Aniversário
https://www.youtube.com/watch?v=lBMf3P3Y8Jk
Homenagem do Dia das mães
https://www.youtube.com/watch?v=WigAMhWSypk
Arquivo Pessoal
Muito bom
ResponderExcluir